Mercado Play funcionará no aplicativo de celular e no site da companhia

Depois de dominar o setor de varejo online, se aventurar pelo mundo das contas digitais, oferecer maquininhas de cartão e serviços logísticos, o Mercado Livre se prepara para desbravar um segmento novo: o de streaming de vídeo. O gigante do e-commerce lançará sua própria “Netflix”, uma plataforma gratuita de vídeos no Brasil e em outros países da América Latina. O serviço funcionará no aplicativo de celular e no site da companhia.

Fora do País, o “Mercado Play” também estará disponível na Argentina, no Chile, na Colômbia, no Equador, no México, no Peru e no Uruguai. Em breve, a plataforma deve ser lançada nos demais países em que o e-commerce opera.

Para iniciar a operação, a plataforma oferecerá um catálogo com seis mil horas de conteúdo, entre filmes, séries, documentários, reality shows e outros produtos de audiovisual. Além do conteúdo gratuito, os usuários do Mercado Livre também terão à disposição os catálogos de parceiras do e-commerce, como Disney+, Star+, Max e Paramount+.

Nova parcela da população

O vice-presidente de entretenimento do Mercado Livre, Luiz Barros, conta que a ideia de criar um streaming próprio ganhou força a partir da constatação de que um grupo significativo de pessoas na América Latina não assina ainda nenhum tipo de plataforma de conteúdo pago. “Nosso foco é atingir essa parcela da população e ser uma opção para elas no dia a dia”, diz.

Para o professor de varejo da FGV Ulysses Reis, a nova frente de negócios do Mercado Livre coloca o e-commerce à frente de concorrentes brasileiros – como Magalu, Via e Americanas – e posiciona o gigante argentino mais próximo de nomes como a americana Amazon, que fez o mesmo movimento rumo ao conteúdo no passado recente.

De acordo com o último balanço do Mercado Livre, atualmente a companhia tem 148 milhões de usuários ativos em toda a América Latina, dos quais aproximadamente 76 milhões são do Brasil. Para efeito de comparação, o novo serviço estreia na região com mais da metade do número total da Netflix, que já opera em cerca de 100 países no globo e tem 238 milhões de assinantes.

O serviço de streaming gratuito começa a ser liberado para a base de clientes a partir da próxima quarta-feira. A única exigência é que esse cliente tenha um cadastro na nova rede. A expectativa da companhia argentina é de que o serviço esteja disponível para 100% dos usuários até o fim de agosto, tanto no Brasil quanto nos demais países em que o serviço será lançado.

Publicidade e retail media

Como uma plataforma gratuita de conteúdo, o Mercado Play também será mais uma ferramenta para o mercado publicitário. Ao estrear no segmento, o Mercado Livre expande seu serviço de “retail media” para o setor de vídeos, que será gerenciado pelo Mercado Ads, braço de anúncios da empresa. Conforme divulgado pelo negócio, o streaming terá opções de propaganda antes, durante e no fim dos conteúdos veiculados ao público.

Uma pesquisa recente da Magnite, empresa de venda de anúncios, mostrou que 75% dos brasileiros utilizam algum serviço de streaming, seja de assinatura paga ou versões gratuitas com veiculação de anúncios. O levantamento ainda apontou que 79% dos usuários das versões sem presença publicitária aceitariam mudar para um modelo mais barato que oferecesse conteúdos com propaganda.

TV por assinatura e consumo

Na avaliação de Márcia Esteves, CEO da Lew’Lara/TBWA e presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), a plataforma de streaming criada pelo Mercado Livre será mais uma ferramenta para fomentar o mercado anunciante, que acompanha uma evolução do setor.

“Nós estamos mudando para uma realidade de propaganda que une os serviços de streaming e os de consumo”, afirma ela. “Imagine você assistir TV e poder, no mesmo lugar, comprar um item que aparece em uma série? Isso é muito legal.”

Sobre a junção de modalidades de dados sobre usuários, o vice-presidente de entretenimento do Mercado Livre, Luiz Barros, diz que a fusão dessas informações será o grande diferencial competitivo do negócio para atrair anunciantes para seu projeto.

“É uma combinação de dados muito poderosa, que ainda não estava disponível na indústria”, afirma o executivo.

Fonte: Mercado&Consumo

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